Texto: Clara Marcele
Fotos: Silvana Mameluque
Fotos: Silvana Mameluque
A Orquestra de Rabecas do Sertão foi criada em 2005 em Montes Claros pelos tocadores de rabeca de vários grupos de Folias e Ternos de Congados da região. Os tocadores de rabeca já se apresentavam em festas tradicionais como Folia de Reis, São Sebastião, Nossa Senhora Aparecida, entre outras. A criação da orquestra tinha o intuito de aproximar os tocadores, uma vez que eles só se encontravam na Folia de Reis, na época de Natal ou em dia de santo padroeiro.
O grupo é composto por 16 músicos: Hermínio, José Raimundo, José Binga, Sebastião, Valdomiro, Aristides, Carlos Ney, José Davi, José Francisco, Preto Caetano, Izidero, Moisés, Emanuel Messias, Maquinhos, Macionilio, Alcides Machado e o diretor do grupo Leonardo Avelar.
Além da rabeca, o grupo conta com dois violeiros, um tocador de caixa e um de pandeiro. Mas a base da orquestra é a rabeca, instrumento de origem árabe, uma espécie de violino de tom e timbre mais baixo, com quatro cordas friccionadas em arco com crina untada em breu, com um timbre fanhoso e triste. O tocador apoia a rabeca no braço e no peito, sempre com o braço da rabeca para baixo.
O repertório do grupo é composto por música de raiz instrumental, música caipira e de roda, além de tocar canções de artistas consagrados como Almir Sater e Zé Coco do Riachão.
A orquestra deu vida nova e imprimiu nobreza naqueles idosos foliões, que passaram a se apresentar em cidades desconhecidas para eles e, em lugares nobres do circuito cultural, como: Palácio das Artes, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Memorial Darcy Ribeiro, quando a orquestra de apresentou na UNB para o então ex-presidente Lula e Mujica, presidente do Uruguai.
A cidade como um todo, ganha importância no cenário artístico nacional e os tocadores da Orquestra de Rabecas do Sertão contagiam a população com o som das rabecas, no ritmo do pandeiro e da viola, fazendo lembrar os saudosos tempos passados.
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